Malformações Arteriais
Malformação Arterio-venosa e Fístula Artério-venosa

São conhecidas como malformações vasculares de alto fluxo, pois envolvem artérias. São as anomalias vasculares potencialmente mais danosas e agressivas. 

 

Por que as malformações arteriais aparecem? 


São lesões compostas de artérias malformadas, veias e capilares, com comunicações arteriovenosas diretas, resultando em shunt arteriovenoso. Caracterizam-se por uma comunicação anômala entre o sistema arterial e venoso sem tecido interposto. Essa comunicação pode ser direta denominando-se fístula (fístula arterio-venosa) ou com a formação de um enovelado vascular denominado 'nidus' (malformação arterio-venosa) . Do ponto de vista hemodinâmico, a comunicação faz com que não exista resistência e a pressão arterial é transmitida para o setor venoso. As malformações arteriais podem provocar problemas clínicos importantes como isquemia com necrose tissular, dor, ulceração de pele e hemorragia, como conseqüência da hipertensão venosa (mecanismo mais aceito) ou pelo roubo de fluxo arterial.

 

As malformações arteriais são comuns? 


As malformações arteriais representam 14% de todas as malformações vasculares. 


Como as malformações arteriais se apresentam? De que forma elas evoluem?


As lesões arteriais podem estar presentes ao nascimento ou tornar-se evidentes na infância precoce. Nunca regridem espontaneamente, e a puberdade ou trauma podem acionar seu crescimento. Clinicamente caracterizam-se por massa coberta por pele normal ou angiomatosa, geralmente tensa e brilhante, com aumento do calor, frêmito e sopro no local. Com a progressão da lesão, as veias de drenagem tornam-se mais evidentes, tortuosas e distendidas. A hemorragia é uma complicação importante, podendo colocar em risco a vida do paciente. 

 

 

Como é feito o diagnóstico das malformações arteriais? 


O diagnóstico é feito através da história clínica e exame físico, sendo complementado através da investigação com exames de imagens.
A ultra-sonografia com Doppler pode ser útil como um método de screening, pois é exame não invasivo capaz de diagnosticar uma lesão vascular e diferenciá-la de uma massa tumoral sólida. Além disso, permite distinguir as malformações vasculares compostas de vasos arteriais dos outros tipos de anomalias vasculares. A ressonância magnética demonstra melhor a extensão da lesão e também diferencia a malformação arterio-venosa de um hemangioma, malformação venosa ou linfática. Exames invasivos do sistema venoso (venografia) e do sistema arterial (arteriografia) também podem ser realizados para o planejamento e realização do tratamento.

 

 

Qual o tratamento das malformações arteriais?


Inicialmente, o tratamento conservador pode ser a melhor opção nas malformações arteriais, já que intervenções podem levar ao aumento ou piora das lesões secundariamente ao trauma cirúrgico. 


Em malformações mais avançadas, onde existem complicações ou comprometimento funcional, a embolização é geralmente a primeira linha terapêutica. A embolização também pode ser feita antes de uma ressecção cirúrgica programada. A embolização envolve a utilização de um agente embólico, geralmente etanol, ônix, álcool polivinílico ou stents, em uma malformação arterio-venosa na tentativa de bloquear o fluxo sanguíneo e reduzir o desvio. A embolização é considerada uma medida paliativa, uma vez que não existe cura para as malformações arterio-venosas. 


O tratamento cirúrgico das malformações arterio-venosas deve ser realizado com precaução, já que a exacerbação e as recidivas são comuns e qualquer deformidade resultante pode não ser esteticamente aceitável. 
 



•    ​​​​​​​​​​​​​Dra Karimy Hamad Mehanna é Membro da ISSVA ( International Society for the Study of Vascular Anomalies ) - Sociedade Internacional para Estudo das Anomalias Vasculares.     

 

•    Atualmente a Dra Karimy Hamad Mehanna dedica-se ao estudo e tratamento do Hemangioma/Hemangioma Infantil, assim como das anomalias vasculares de forma geral, estando sempre atualizada sobre as últimas recomendações terapêuticas no assunto.


•   Todas as informações contidas acima estão de acordo com a mais recente classificação proposta pela ISSVA: International Society for the Study of Vascular Anomalies (Sociedade Internacional de Estudo das Anomalias Vasculares) – formulada em abril de 2014.


•    http://pediatrics.aappublications.org/content/pediatrics/early/2015/06/03/peds.2014-3673.full.pdf


•    http://www.issva.org/UserFiles/file/Classifications-2014-Final.pdf

 


As informações aqui contidas são exclusivamente para orientação inicial de pais e pacientes, baseando-se nas perguntas mais frequentes sobre hemangioma infantil. 


NÃO SUBSTITUEM A CONSULTA MÉDICA. Consulte sempre o médico especialista no assunto para maiores informações.